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A inabilidade política presidente Dilma 18 Mar

A inabilidade política presidente Dilma

Dois episódios recentes indicam claramente o que muitas pessoas já sabiam. Que a presidente Dilma Roussef é muito mais chegada em uma planilha, do que em um palanque, gosta muito mais de um bom relatório técnico, do que se achegar no toma lá, dá cá da política.

Escolhido o novo Papa, Dilma já havia batido o martelo. Para a posse do novo líder da igreja católica, mandaria apenas um represente do Governo brasileiro, alegaria “agenda carregada”.

Como que sentindo o cheiro de queimado, entrou em campo o ministro Gilberto Carvalho, não por acaso um ex-seminarista. Argumentou que sua ausência pioraria sua já conturbada relação com a igreja católica, abalada desde a campanha presidencial de 2010, muito em razão de suas declarações dúbias sobre o aborto.

De resto, lembrou que, às vésperas de ano eleitoral, não se pode desprezar o apoio dos católicos, que representam fatia expressiva do eleitorado.

Diante de argumentos tão contundentes, Dilma preferiu não dar de ombros para o seu conselheiro. Confirmou sua presença nas cerimônias de posso do novo Papa.

Igualmente recente, outro evento, esse protagonizado pelo ex-presidente Lula, demonstra que Dilma tem muito mais jeito para burocrata do que para política. Em conversa reservada com Lula, esse teria lhe dito que era o momento de sua pupila ser menos ministra da fazenda e mais presidente da república, isso é, fazer também política. Para bom entendedor, é hora de Dilma deixar de lado o gabinete, partindo para a refrega partidária, para as inaugurações de obras, para o discurso político.

Sobre outra questão que vem se revelando cada vez mais espinhosa, a inflação e a taxa de juros, Lula foi direto ao ponto. Na sua visão, seria hora de aceitar uma taxa um pouco maior, mas com a inflação sob controle, do que insistir na taxa atual de 7,25%, que, por enquanto, de concreto, trouxe apenas inflação, já que crescimento econômico, que é bom, nem nos mais remotos sonhos. Com a palavra, o Copom, em sua próxima reunião.

Cleone Assis Soares Júnior é advogado,

sócio fundador do escritório jurídico j.Soares Advogados Associados, em Goiânia.

Texto redigido no dia 18 de março de 2013.

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